Preocupada com a situação dos trabalhadores das indústrias do setor de alimentação no Estado de São Paulo, especialmente os do grupo JBS, a deputada estadual Professora Bebel (PT) promoveu audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta última segunda-feira, 30 de junho, para tomar ciência da situação do setor e propor medidas voltadas a garantir o respeito aos direitos da categoria. O evento reuniu trabalhadores do setor e as direções da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, Agroindústria, Cooperativas de Cereais e Assalariados Rurais (Contac-CUT), União Internacional de Trabalhadores da Alimentação e Agricultura (UITA), além de representantes do DIEESE, superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, assim como sindicatos do setor de alimentação.

De acordo com a deputada Professora Bebel, a audiência pública visou debater a valorização desses trabalhadores, sobretudo aqueles da JBS, a maior empresa brasileira do setor e a maior do mundo em relação à venda de carne bovina e de frango. Ao longo a audiência, houve relatos de desrespeito aos direitos dos trabalhadores, falta de diálogo, falta de transparência em relação ao faturamento, aos lucros, às políticas voltadas aos seus funcionários. De acordo com os trabalhadores, não há política de prevenção de acidentes e adoecimento e todos os demais direitos.

“Não é possível que uma empresa como a JBS explore e massacre tanto seus trabalhadores sem que a sociedade, autoridades e os investidores tomem conhecimento e se sensibilizem com a situação”, diz Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA. “Os acidentes, os afastamentos por problemas diversos, muitos por questões de saúde mental, as condições sofríveis de trabalho”, disse, informando que a empresa se nega a dialogar decentemente com os representantes dos trabalhadores, sindicatos e federações.

De acordo com a CNTA, ainda, o grupo JBS cresceu quase 30% em 2024, com uma receita líquida que ultrapassou os 100 bilhões de reais. No entanto pratica salários abaixo do mercado, negando-se a reajustes com aumento real e com o repasse de percentuais justos dos lucros e resultados para os trabalhadores.

Bebel deixou claro que o seu mandato popular na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo se caracteriza pela defesa intransigente da classe trabalhadora, em seus direitos trabalhistas, em seus direitos enquanto cidadãos e cidadãs, incluindo o direito à educação e aos serviços públicos de qualidade. “Diante do que foi relatada, deixei claro que estarei empenhada, em tudo o que estiver ao meu alcance e do nosso mandato, para apoiar e lutar juntamente com esses trabalhadores e, mais ainda, jogar todo o peso necessário para que o plebiscito popular nacional 2025, sobre a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por dia, a taxação dos mais ricos, fim da escala 6X1, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, um pauta que unifica trabalhadores da cidade e do campo, do setor público e do setor privado e toda a população”, destacou, sob aplausos dos trabalhadores.