Domingo, 20 de Julho de 2025
11°C 25°C
São Pedro, SP
Publicidade

Febre nas redes, mas não para todos: o que são as “canetas emagrecedoras”

Elas estão em alta nas redes, mas são medicamentos potentes que exigem prescrição e acompanhamento. A endocrinologista Dra. Tassiane Alvarenga explica como funcionam, para quem são indicados e por que não substituem mudanças no estilo de vida

Por: Redação
04/07/2025 às 15h15
Febre nas redes, mas não para todos: o que são as “canetas emagrecedoras”
Divulgação

Elas estão em todas as redes sociais, e entre celebridades: as chamadas "canetas emagrecedoras" viraram febre em um país onde mais da metade da população está acima do peso. Mas, o que pouca gente sabe é que, antes de serem "canetas", são medicamentos potentes, indicados para o tratamento de doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2 e não uma solução rápida para quem quer "perder 3 quilinhos para o verão".

Dra. Tassiane Alvarenga Endocrinologista e Metabologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), alerta que esses medicamentos representam um dos maiores avanços no tratamento da obesidade, mas devem ser usados com critério e acompanhamento médico rigoroso. "Eles atuam em hormônios chamados incretinas, modulando saciedade e reduzindo o apetite de forma fisiológica, como se fizessem uma revisão no freio do apetite que antes não funcionava bem", explica.

Entre os princípios ativos, estão semaglutida e liraglutida (agonistas de GLP-1) e tirzepatida (Mounjaro), um agonista duplo de GIP e GLP-1, recém-aprovado pela Anvisa para o tratamento de obesidade. O uso é indicado para pacientes com obesidade (IMC igual ou maior que 30 kg/m²) ou sobrepeso associado a condições como diabetes, hipertensão ou apneia do sono.

Riscos? "Usar sem prescrição é como dirigir um carro de Fórmula 1 sem nunca ter aprendido a pilotar", alerta Dra. Tassiane. Os efeitos colaterais mais comuns são gastrointestinais, como náuseas, refluxo e constipação, mas há riscos de hipoglicemia, alterações pancreáticas e cálculos biliares, especialmente sem acompanhamento multiprofissional.

E é importante frisar: os medicamentos não funcionam sozinhos. "A caneta ajuda, mas a base do tratamento é reeducação alimentar, atividade física, sono de qualidade e gestão do estresse. Sem isso, o problema volta", explica a endocrinologista.

Segundo a médica, quando usados de forma ética e criteriosa, esses medicamentos podem mudar a história do tratamento da obesidade. "Eles devolvem saúde, qualidade de vida e tempo de vida para quem realmente precisa. Mas, é preciso entender que não são fórmulas mágicas."

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias