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STF começa interrogatório de réus da trama golpista; siga ao vivo

Entre os acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid

Por: Redação Fonte: terra.com.br
09/06/2025 às 16h26
STF começa interrogatório de réus da trama golpista; siga ao vivo
Reprodução/TV Justiça

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a interrogar os réus do ‘núcleo 1’ na ação penal sobre a trama golpista nesta segunda-feira, 9. Entre os acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid -- este último agora colaborador da Justiça após firmar delação premiada.

Na ordem estabelecida para os depoimentos, Bolsonaro será o sexto a ser ouvido. Os réus estão sentados lado a lado em ordem alfabética.

Ao abrir a sessão por volta de 14h15, Moraes recordou que os réus têm direito ao silêncio para não se autoincriminarem, direito que não se aplica a Mauro Cid em virtude de seu acordo de delação.

O ex-ajudante de ordens é o primeiro a depor. Ele afirmou ao ministro que aderiu à delação premiada voluntariamente e negou ter participado da tentativa de golpe, mas afirmou que "presenciou grande parte dos fatos". 

Entre os co-réus, a situação do ex-comandante da Marinha Almir Garnier se mostra uma das mais comprometedoras no início do depoimento. Cid não apenas incluiu Garnier no grupo dos "radicais", como reafirmou que foi o único comandante a colocar tropas à disposição para o golpe.

Mauro Cid também voltou a confirmar que Bolsonaro se sentou com o auxiliar Filipe Martins para editar a minuta golpista. Ele reforçou o que havia dito em depoimento à PF, que o ex-presidente "enxugou o documento" e disse que ele "retirou a prisão de autoridades" ao mudar a minuta. "Somente o senhor ficaria preso", afirmou Cid a Moraes. "O resto conseguiria um habeas corpus", respondeu o ministro em tom de piada.

Cid demonstra estar constrangido 

Apesar de estar confirmando os fatos relatados em sua delação premiada à Polícia Federal, Cid demonstra constrangimento ao reiterar seus depoimentos, especialmente por falar pela primeira vez diante dos co-réus que acusou e seus advogados. Em suas respostas, ponderou algumas declarações, afirmando que certas situações que presenciou não eram "tão explícitas".

Apesar das ressalvas, manteve as acusações centrais: reiterou que recebeu "dinheiro" em "caixa de vinho" de Braga Netto e a entregou a um "kid preto" para financiar ações golpistas. Confirmou ainda ter recebido do major Rafael de Oliveira, integrante do grupo denominado "kids pretos", um documento detalhando o monitoramento de Moraes -- com custos estimados para passagens aéreas, hospedagem e alimentação de cinco ou seis pessoas em Brasília.

O delator acrescentou ter tomado conhecimento pela imprensa do plano "Punhal Verde e Amarelo", que teria como alvo o assassinato de Moraes e outras autoridades.

Sobre as pressões internas no governo, Cid descreveu uma "pressão grande" para substituir o comando do Exército por militares mais alinhados com medidas extremas. "Uma alternativa seria trocar os comandantes para que o próximo comandante do Exército assinasse ou tomasse uma medida mais dura e radical. Isso está naquele contexto de pressionar o presidente para assinar um decreto. Só não consigo dizer qual decreto, mas que ele assinasse um decreto para determinar um estado de sítio ou defesa."

Cid segue prestando seu depoimento sem prazo determinado.

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