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Efeito sanfona: como a ciência explica o vai e vem do peso?

O Fantástico deste domingo (11) mostrou como fatores biológicos e hormonais podem influenciar diretamente no desafio de manter o emagrecimento.

Por: Redação Fonte: g1.globo.com
12/05/2025 às 11h00
Efeito sanfona: como a ciência explica o vai e vem do peso?
Reprodução/TV Globo

Engorda, emagrece, engorda de novo. O chamado efeito sanfona é mais comum do que se imagina — e não tem a ver apenas com força de vontade. O Fantástico deste domingo (11) acompanhou, por quatro meses, a rotina de uma paciente que vive esse ciclo desde a infância. A reportagem mostrou como fatores biológicos e hormonais podem influenciar diretamente no desafio de manter o emagrecimento.

“Quando eu tinha 4 ou 5 anos, minha mãe não conseguia comprar roupas em lojas para mim. Mandava fazer, sempre com sobra de pano, caso precisasse alargar”, lembra a cabelereira, Tatiana Santos.

A biologia por trás do efeito sanfona

O endocrinologista Bruno Halpern, pesquisador da Unicamp, explica que o corpo humano tem mecanismos que dificultam a manutenção do peso após o emagrecimento.

“Os neurônios que controlam a fome são super ativados nas pessoas magras, nas pessoas obesas não funciona tanto isso. O sinal de saciedade na pessoa portadora de obesidade é menor e depois que ela emagrece não fica perfeito como uma pessoa magra e estudos que sucederam nosso estudo mostram que existe inclusive morte de neurônios e esse mecanismo nunca mais se recupera perfeitamente”, afirma.

Além disso, o tecido adiposo — onde ficam as células de gordura — produz menos leptina após o emagrecimento. Esse hormônio é responsável por sinalizar saciedade ao cérebro.

“É como se o corpo soltasse as rédeas e incentivasse a pessoa a comer mais”, explica Halpern.

Um estudo recente do Instituto de Tecnologia de Zurique, na Suíça, revelou que as células de gordura “lembram” da obesidade passada. Mesmo após a perda de peso, elas mantêm a predisposição genética para voltar ao tamanho anterior.

Tratamento e esperança

Tatiana tem 46 anos e está com índice de massa corporal acima de 30, o que caracteriza a obesidade. Ela chegou a ter um princípio de infarto.

“Minha pressão estava quase 24. Foi quando eu acordei para a vida”, conta.

Ela iniciou tratamento pelo SUS, mas depois buscou ajuda de um nutrólogo particular. Com acompanhamento médico, reorganização alimentar e uso de medicamentos — como as chamadas “canetinhas” emagrecedoras — ela começou a ver resultados.

Em 60 dias, perdeu quase 6 quilos e reduziu medidas importantes.

“Essa gordura abdominal é a mais perigosa, aumenta o risco cardiovascular”, explica o nutrólogo Dr. Athos.

A força do ambiente e do comportamento

A obesidade é influenciada por três fatores principais: comportamento, genética e ambiente. O Dr. Alfio, nutrólogo de Tatiana, compartilha sua própria experiência com os pacientes.

“Eu já pesei 140 quilos. Precisei me conhecer e mudar o ambiente ao meu redor”, diz.

Tatiana também mudou. Passou a planejar as refeições e a se movimentar mais.

“Se você deixa pra escolher o que comer no meio do dia, vai acabar pegando um salgadinho. Ele tem gordura, sal e açúcar — tudo que estimula o sistema de recompensa do cérebro”, alerta o médico.

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