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Logosofia concepção logosófica das palavras

Acepção do vocábulo “humildade”

Por: Redação
09/05/2025 às 12h30

Vamos esmiuçar, neste estudo, o conteúdo da palavra humildade. Nele se poderá avaliar, de imediato, como o conceito logosófico difere quase que em absoluto do que se tem correntemente. E ainda que em alguns aspectos pareça coincidir com a opinião mais familiar ao entendimento humano, em sua descrição e em seu conteúdo se poderá ver, ao mesmo tempo, ao aprofundar-se na análise, uma pronunciada diferença.

A humildade, em sua essência, encerra grandeza; referimo-nos à verdadeira humildade, não à falsa, à hipócrita. É uma virtude que fala das altas qualidades do espírito e, como tal, pronuncia-se como condição do caráter. É natural, jamais fingida. Manifesta-se espontaneamente nas pessoas, com pureza no sentir e no pensar. Não busca o elogio, diferentemente do que se percebe na intenção de quem aparenta ter essa virtude e a ostenta, especulando com a bondade do semelhante. A verdadeira humildade recolhe o ser dentro de si mesmo, permitindo-lhe apresentar-se sem traços postiços, sem fingimento: naturalmente. Tudo ao contrário da falsa, que encobre vaidade e soberba, exteriorizando-se ainda com ironia enquanto se fazem protestos de humildade.

A humildade propriamente dita encerra, como dissemos, grandeza,

porque resiste até à mais crua ofensa e se manifesta de múltiplos modos,

denunciando sempre uma cultura elevada.

Ela dota o ser de uma condição natural de afabilidade e cortesia; engendra a benignidade, a tolerância e a boa disposição para conciliar os temperamentos. A falsa humildade é egoísta e, em seu fundo, é uma expressão de usura e de engano. Assemelha-se ao jogador que tem a carta escondida na manga para surpreender os que jogam com ele e ganhar com desonestidade.

 Ser humilde, na pureza do sentido, é ser uma alma grande; porém, é necessário saber ser humilde. Tal condição de caráter ou qualidade do espírito implica possuir uma ampla compreensão das coisas, um amplo discernimento, um juízo sereno e uma valentia moral a toda prova.

 Existe um tipo psicológico de seres que ilustra o que comumente se passou a chamar de humildade para lucro pessoal. Esses seres apresentam-se, em geral, com aparência de vítimas a quem se prejudica com toda classe de injustiças; e, enquanto deixam entrever uma conduta submissa, dando a impressão de serem pessoas boas, verificam minuciosamente o efeito que produzem no ânimo daqueles com quem tratam habitualmente. Se um objeto desaparece, seja ou não de valor, e é encontrado na bolsa deles, teremos aí as vítimas de alguém que lhes quis causar dano, fazendo-os passar por ladrões. Se seus embustes são descobertos, virão os protestos de inocência para significar que não existia a intenção atribuída. A simulação é sua qualidade mais destacada: cultivam uma amizade para depois promoverem questões nas quais sempre procuram ser considerados como injustiçados.

 Eis o grande valor que a Logosofia atribui ao saber em face da ignorância, visto que, conhecendo o conteúdo substancial de um conceito ou de uma palavra, pode-se a todo momento atuar com segurança de juízo ou reflexão, preservando-se assim da sutileza e do engano. Pode se apreciar bem claramente, também, quão grande é a diferença que existe entre a elevação de quem cultiva a verdade e a baixeza de quem opta pelo falso.

 É um erro crer que a humildade e a pobreza são a mesma coisa, e ainda confundi-las, pois esta última é, muitas vezes, motivo de rebelião e de rancor. Não é, precisamente, um gesto de humildade o desprezo e o ressentimento com que muitos pobres olham, não apenas para os ricos, mas também para os que gozam de uma posição mais ou menos folgada, como tampouco o é o daqueles ricos cuja vaidade e soberba os fazem menosprezar os de inferior condição.

 A humildade surge com o discernimento, e é o saber o que a institui como condição superior. Isto não quer dizer que não existam exceções e não se encontrem pessoas de reconhecida bondade entre as que pouco ou nada cultivaram suas inteligências; porém, o certo é que, no primeiro caso, age-se conscientemente com humildade, enquanto se age, no segundo, sob o império da habitualidade inata ou de formas inconscientes de manifestação do caráter.

 As grandes figuras da História foram tão mais humildes quanto maior era seu prestígio.

 Por último, se a soberba, que é sua antítese, cega, a humildade vigoriza a visão e permite com vantagens marchar pelo caminho do bem.

Extraído da Coletânea da Revista Logosofia, Tomo 2, pág 123 

Carlos Bernardo Gonzalez Pecotche – Criador da Logosofia

Informações: www.logosofia.org.br ou (19) 99765-2290

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