A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo (SCTI) promoveu, na última terça-feira (22), o evento "O Desafio de Mensurar Impacto", que marcou o lançamento oficial do Projeto Japi – Jornada dos Ambientes Paulistas de Inovação, um projeto de políticas públicas aprovado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Na ocasião, o Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da Agência de Inovação (Inova Unicamp), esteve representado pela coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo, Mariana Zanatta Inglez, e a supervisora de comunicação da Inova Unicamp, Kátia Kishi.
A iniciativa é inédita e tem como missão integrar, avaliar e aprimorar os mais de 70 ambientes de inovação distribuídos pelo território paulista, promovendo uma nova abordagem na consolidação de dados e subsidiando a formulação de políticas públicas mais eficazes. Tudo isso, com base em indicadores que ampliem os resultados e ações dos ambientes, alinhados à uma inteligência sistêmica do ecossistema paulista.
"Precisamos harmonizar e qualificar os indicadores, reduzindo o custo do reporte para os ambientes. O Japi representa um passo importante na consolidação de uma cultura de impacto, baseada em evidência e voltada à ação pública.", apontou o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da SCTI, André Aquino.
Coordenado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), em parceria com a SCTI, o projeto nasce a partir de uma demanda estratégica da própria Secretaria.
"Hoje não é possível avaliar, acompanhar a evolução dos processos se não houver diretrizes e ferramentas que possam mensurar direta ou indiretamente o que está acontecendo, principalmente quando falamos sobre inovação. Por isso, o Projeto Japi, que aliás foi instigado e incentivado pela Secretaria, será fundamental para termos uma melhor visão desse panorama", afirmou o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Vahan Agopyan.
O evento, realizado no auditório da SCTI, também celebrou o Dia Mundial da Criatividade e Inovação, comemorado em 21 de abril, e reuniu gestores públicos, pesquisadores, representantes de ambientes de inovação, universidades e agências de fomento. A programação trouxe debates sobre estratégias de mensuração de impacto, padronização de indicadores e aprimoramento das ferramentas de reporte no âmbito do Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI).
A atividade também contou com o patrocínio da Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), que destacou a importância do tema para ampliar o reconhecimento e a atratividade das iniciativas inovadoras em São Paulo. Segundo Luiz Felipe, assessor de imprensa da Fundação, o evento tem grande relevância para o campo de atuação da Fundunesp, que tradicionalmente apoia projetos e atividades voltadas à ciência, tecnologia e inovação no Estado.
Uma jornada baseada em indicadores
Durante a programação do evento, o projeto foi apresentado como uma das ações estruturantes conectadas ao SPAI, ao lado de iniciativas em parceria com FAPESP, instituições de ensino e demais ambientes de inovação regionais.
A proposta do Japi é desenvolver e testar modelos de avaliação, indicadores estratégicos, e uma plataforma digital interativa, com foco na melhoria da governança, otimização de investimentos públicos e geração de inteligência territorial dos ambientes.
"O Projeto Japi - Jornada dos Ambientes Paulistas de Inovação, nasceu da missão em fortalecer, integrar e aprimorar o ecossistema de inovação no estado de São Paulo", afirma o coordenador do Projeto Japi, Guilherme Ary Plonski, professor da FEA USP.
Segundo ele, a iniciativa busca desenvolver uma metodologia de avaliação aplicada aos ambientes de inovação do estado de São Paulo, capazes de apoiar a formulação de políticas públicas mais qualificadas e confiáveis. A proposta envolve a criação de modelos, indicadores e práticas capazes de mensurar o desempenho desses ambientes de forma sistemática, respeitando suas especificidades regionais e estruturais.
Ao consolidar uma base de dados confiável em uma plataforma digital interativa, o projeto pretende aprimorar a legitimidade e a efetividade das políticas voltadas à ciência, tecnologia e inovação baseadas em evidências.
"A ideia é que políticas públicas sejam o quanto possível subsidiadas, e sempre alimentadas por evidências. Isso melhora a qualidade das decisões que corretamente têm que ser feitas por pessoas eleitas, com dados em que elas confiem, e em que a sociedade também confie.", destaca o coordenador.
Conexão em rede e fortalecimento institucional
Além da FEA USP, o Projeto Japi conta com apoio técnico e estratégico de diversas instituições como:
Rede de Ambientes Paulistas de Inovação (API)
Instituto de Economia Agrícola (IEA)
Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp)
Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira da Universidade Estadual Paulista (FCAVR/Unesp)
Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Essas instituições atuam conjuntamente na formulação metodológica, análise de dados e articulação regional, ampliando o alcance e a efetividade da Jornada.
Além do valor estratégico, o projeto também carrega um forte significado simbólico e geográfico. A sigla Japi faz referência à Serra do Japi, patrimônio ambiental localizado em Jundiaí-SP, e à palavra tupi-guarani iapy, que significa nascente de rio — evocando o fluxo de conhecimento, inovação e transformação que o projeto pretende catalisar em todo o estado.
"Toda informação é capaz de levar à ação. E é isso que nós estamos buscando", afirmou Plonski, durante sua apresentação no evento. A expectativa é que os resultados da Jornada contribuam de forma decisiva para o aprimoramento da política estadual de ciência, tecnologia e inovação.
Texto: Gabriel Brito