A Biblioteca Municipal de Piracicaba Ricardo Ferraz de Arruda Pinto será, nesta sexta-feira, 25/04, às 19h, o ponto de encontro para quem acredita na força do cinema como ferramenta de transformação social. A nova edição do Nhô Cine – Cineclube Piracicabano exibe dois filmes que colocam em foco a potência das imagens e o enfrentamento da violência contra a mulher: o curta Telas-Janelas – Gestos de Resistência Contra Violência de Gênero – A Zona o Lugar do Impossível, de Kit Menezes, e o longa Ressentimento, com direção de Denis Augusto e Mariana Vita.

Realizado em parceria entre a Cena 14 – Rede do Audiovisual de Piracicaba e o Museu da Imagem e do Som de Piracicaba (MISP), o evento conta com apoio da Biblioteca Municipal e é viabilizado por meio do edital da Lei Paulo Gustavo municipal.

Com abordagem experimental e duração de oito minutos, Telas-Janelas contrapõe-se à ideia de violência a partir de imagens divididas em três momentos – O Grito, Mãos Dadas e A Dança. O filme propõe gestos visuais como forma de resistência simbólica às violências de gênero, explorando a imagem como um território de potência, rebelião e troca.

Já o longa Ressentimento mistura drama e terror e aborda o peso das relações de família e a violência contra a mulher. A história se passa em um sítio no interior de São Paulo, onde a chegada de um cachorro de rua desencadeia episódios de agressividade por parte do pai. Com direção de Denis Augusto e Mariana Vita e produção-executiva de Liene Saddi, o filme lança luz sobre formas menos visíveis de violência, como a psicológica e patrimonial, e reafirma o cinema como espaço de denúncia e reflexão.

Para Rober Caprecci, do Museu da Imagem e do Som de Piracicaba, o projeto reforça o compromisso da instituição com o debate e a democratização do acesso ao audiovisual. "O Nhô Cine tem esse papel provocador, sensível e urgente. Trazer à tela essas narrativas é uma forma de ampliar vozes, criar memória e, principalmente, abrir caminhos para o diálogo que transforma", destaca.

A sessão é gratuita e aberta ao público. A classificação etária é de 14 anos para Telas-Janelas e 12 anos para Ressentimento. Após as exibições, o público poderá participar de um bate-papo com as diretoras e com Maria Fernanda Cavassini, educadora e pesquisadora com foco nos Estudos Culturais, cinema e gênero.