Entre as doenças que afetam o ouvido, a Síndrome de Ménière é uma das mais desafiadoras, principalmente por ter causas ainda desconhecidas e ser frequentemente confundida com a labirintite. De acordo com o otorrinolaringologista Thiago Brunelli, da Santa Casa de Mauá, a condição provoca grande desconforto, com crises que podem durar de minutos a horas.

Embora sua origem ainda não esteja totalmente esclarecida, a Síndrome de Ménière afeta a parte interna do ouvido e está relacionada ao acúmulo excessivo de fluidos nos canais auditivos, incluindo o labirinto e a cóclea – estruturas responsáveis pelo equilíbrio e pela audição. Fatores como doenças autoimunes, tabagismo, alimentação inadequada, inflamações, traumatismos cranianos, predisposição genética e estresse também podem contribuir para o desenvolvimento do quadro.

A doença costuma atingir pessoas entre 30 e 50 anos, e seus principais sintomas incluem vertigem, perda auditiva, zumbido e sensação de pressão no ouvido.

“É importante saber que, no início, esses sintomas podem ocorrer em apenas um dos ouvidos, mas também podem se manifestar em ambos os lados”, explica Thiago Brunelli.

O diagnóstico da Síndrome de Ménière é feito com base no histórico clínico do paciente e na análise dos sintomas. Exames complementares, como a audiometria e de imagem, também podem ser solicitados para confirmar a condição.

Por não haver cura, o tratamento tem como foco a melhoria da qualidade de vida e a redução das crises e dos sintomas. Entre as medidas recomendadas estão mudanças na alimentação — com restrição de cafeína, açúcar e gordura —, adequações nos hábitos diários, uso de medicamentos, realização de fisioterapia e acompanhamento médico contínuo. Em casos mais graves, pode haver indicação cirúrgica.

“O tratamento precisa ser seguido à risca, já que a Síndrome de Ménière pode levar à perda progressiva da audição. O paciente jamais deve se automedicar. O mais indicado é procurar ajuda médica assim que os primeiros sintomas forem identificados”, alerta o especialista.