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Médicos retiram útero de gestante para operar bebê que ainda não nasceu; entenda a cirurgia

Procedimento foi feito no Instituto do Cérebro, no Rio de Janeiro, que só atende pelo SUS. Série 'Trilhas da Mente', do Drauzio Varella, desvenda a complexidade de cirurgias no cérebro.

Por: Redação Fonte: g1.globo.com
14/04/2025 às 12h30
Médicos retiram útero de gestante para operar bebê que ainda não nasceu; entenda a cirurgia
TV Globo/Reprodução

Um bebê operado ainda dentro da barriga da mãe. Para isso, os médicos precisaram retirar o útero para fora do corpo da gestante, corrigir a medula do feto e recolocar tudo no lugar. A cena parece de ficção científica, mas aconteceu no Rio de Janeiro — e é real. A neurocirurgia fetal foi feita no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, que só atende pelo SUS, e é destaque do segundo episódio da série "Trilhas da Mente", do Fantástico, na qual o doutor Drauzio Varella desvenda a complexidade de cirurgias no cérebro humano.

A cirurgia do Nathan

Nathan, filho da operadora de caixa Tainá de Andrade, foi diagnosticado ainda na barriga com a síndrome de Chiari tipo 2, quando parte do cerebelo desce pelo canal vertebral do feto.

Isso é o efeito de outra malformação: a mielomeningocele, que acontece nas primeiras semanas de gestação, quando o tubo que forma a medula não se fecha adequadamente e produz uma bolsa geralmente no fim das costas.

O cerebelo é a parte do cérebro responsável pelo equilíbrio e pela coordenação dos movimentos. A cirurgia de Nathan foi realizada por uma equipe da Maternidade Escola da UFRJ, em parceria com o Instituto do Cérebro.

Os obstetras abriram o abdômen da mãe, expuseram o útero e criaram um corte de 3,5 cm para que os neurocirurgiões pudessem acessar o bebê. A equipe do instituto, então, reconstruiu as camadas de membrana, músculo e pele do feto para cobrir a medula. Ao fechar a medula do feto, o líquido do canal vertebral fica contido e empurra, naturalmente, o cerebelo de volta à sua posição.

"Você melhora a parte cognitiva. Melhorando a função motora, você melhora também a autoestima da criança. Quer dizer, você pode tirar ela de uma cadeira de rodas para uma criança que fique em pé", explica a neurocirurgiã pediátrica Maria Anna Brandão.

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