O governo do Estado anunciou na quinta-feira, 23/01, no Palácio dos Bandeirantes, a criação do Centro de Operações de Emergências (COE) de combate ao Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e Zika. O Estado também anunciou o repasse de R$ 228 milhões, recursos do IGM SUS Paulista (Incentivo à Gestão Municipal), para apoiar os municípios paulistas no enfrentamento das arboviroses. Piracicaba recebeu R$ 2,05 milhões.
O secretário municipal de Saúde, Dr. Sergio Pacheco, e a secretária-executiva da Pasta, Luciana Canetto, participaram do anúncio em São Paulo. De acordo com Sergio Pacheco, em parceria com a Vigilância Epidemiológica será discutido o melhor emprego desse recurso. “Paralelamente estamos estudando maior estocagem de insumos inerentes ao atendimento de pacientes com dengue - soros e antitérmicos -, além de leitos específicos de soroterapia e possibilidade de aumento dos leitos hospitalares”, adiantou o secretário.
Ainda segundo Dr. Sergio Pacheco, a Administração já trabalha firme nas medidas de enfrentamento das arboviroses, com os arrastões nos bairros diariamente – são 3 bairros por dia, no mínimo -, as nebulizações e as visitas às casas para eliminar criadouros do Aedes, além da vacina disponível nas unidades de saúde para a população de 10 a 14 anos. “Estamos estudando outras medidas, como a parceria com as imobiliárias para abrirem as portas dos imóveis, a contratação de agentes comunitários de endemias, a nebulização por meio de drones, entre outras. São muitas estratégias que temos que colocar na ponta do lápis para ver a maior eficiência com o menor gasto possível”, avalia.
O COE é formado pela Secretaria de Estado da Saúde, Casa Civil, Casa Militar/Defesa Civil, Secretaria de Comunicação, Secretaria da Segurança Pública, Secretaria da Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Secretaria de Desenvolvimento Social, além Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo e Exército como convidados.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VE), de 01/01 a 24/01 – em dados provisórios – foram 828 notificações para a dengue com 64 casos positivos e 0 óbitos. Em dados consolidados, no mesmo período de 2024, foram 1.692 notificações, 640 casos confirmados e 0 óbitos. Em 2023, foram 311 notificações, 17 confirmações e 0 óbitos.
De acordo com o secretário de Saúde, os dados mostram que o cenário em relação ao mesmo período do ano passado é mais tranquilo, mas não é possível baixar a guarda. “Estamos com 10% dos casos que tivemos no mesmo período do ano passado, mas com curva de crescimento exponencial. Infelizmente, o vírus que está circulando é o subtipo 3, que não circulava há mais de 10 anos”, ressalta. Hoje, a maior parte dos casos de dengue, 58%, concentra-se nas zonas Sul, Leste e Centro.
O sorotipo 3 da dengue estava com baixa predominância desde 2016, e foi reintroduzido no Estado de São Paulo em 2023, sendo identificado pelo monitoramento das unidades sentinelas para arboviroses. As autoridades reforçam a importância dos cuidados no combate ao mosquito transmissor, destacando que, devido a não circulação prolongada desse sorotipo por um período, grande parte da população encontra-se vulnerável à infecção.