Os principais assessores do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, inclusive o chefe de gabinete e o ministro da Defesa, renunciaram em massa aos cargos nesta quarta-feira, 4. A decisão aconteceu após o presidente surpreender o país ao declarar lei marcial, e depois, recuar. Kim Yong-hyun, da Defesa, renunciou e pediu desculpas publicamente.
“Ofereci minha vontade de renunciar ao presidente, assumindo a responsabilidade por toda a turbulência causada pela lei marcial de emergência”, declarou o ministro.
As renúncias foram apresentadas após o presidente declarar lei marcial no país, argumentando que iria “limpar elementos pró-Coreia do Norte”, nesta terça, 3. A medida foi rejeitada pelos parlamentares, e teve 190 votos contrários.
O presidente da Coreia do Sul, Yook Suk-Yeol, fala durante declaração de lei marcial
Foto: Foto cedida pela Presidência da Coreia do Sul/Getty Images
A lei marcial substitui a legislação considerada normal do país, por leis militares. Ela faz com que o poder Executivo tenha ainda mais controle, fecha o Parlamento, e limita o acesso aos direitos civis. Devido à pressão de congressistas e manifestantes, Yoon prometeu revogar o decreto que ele mesmo impôs. A oposição entrou com um pedido de impeachment contra o ministro da Defesa.
Outros assessores que renunciaram foram o chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk; o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik; e o chefe de gabinete para políticas, Sung Tae-yoon, além de outros sete assessores, segundo a agência de notícias Yonhap.
O ministro afirmou que o Ministério da Defesa está tratando a situação com “muita seriedade”, e se comprometeu a garantir que as operações de defesa continuem sem intercorrências.
Oposição pede impeachment
Seis partidos de oposição da Coreia do Sul afirmaram ter apresentado um pedido de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, após a declaração de lei marcial no país.
Entre os que fizeram o pedido, está o partido Democrata. Segundo a imprensa internacional, as legendas prepararam a moção de impeachment com “urgência”, e ela pode ser votada já nesta sexta-feira, 6.