Os prefeitos bem avaliados pelos eleitores costumam ser reeleitos ou fazer o seu sucessor quando não podem mais se candidatar. Essa máxima se confirmou nas eleições deste ano em diversas cidades. Ela também é pregada pelo consultor e cientista político, Alberto Carlos Almeida, autor do Livro “A Cabeça do Eleitor”, o qual já tive a alegria de ler e aprender muito no mundo do marketing e ciência política. Ele mostra com números que são raros os casos de candidatos com boa aprovação que não se reelegem ou não fazem sucessores, no caso quando essa aprovação chega a patamares de 60%. A satisfação dos moradores se reflete no resultado das urnas. No entanto, há também estudos que mostram que aprovações de cerca de 40% também podem conduzir a reeleição ou eleição de sucessores, a depender de outros fatores políticos. Tanto se pautando em observações práticas de eleições, quanto em estudos teóricos, alguns especialistas avaliaram, especificamente, aprovações acima de 40%, que indicariam maior possibilidade de que o governante consiga se reeleger ou fazer o sucessor.   Para Mário Rodrigues, proprietário da Grupom, apesar de existirem divergências entre os teóricos que estudam o fenômeno eleitoral, há, de fato, uma ala que aponta que índices de mais de 40% já indicam cenário bem favorável à reeleição.  Jean Carvalho, que dirige o Instituto Fortiori, disse que existe uma lógica de que, quanto maior a aprovação do governo, mais chance se tem de ser reeleito, de eleger o sucessor. Ele cita que uma aprovação acima de 35% a 40% é considerada uma boa avaliação. O sociólogo Pedro Célio Alves Borges, cientista político e professor da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, avaliou que um índice de aprovação maior que 40% é um índice bom para um governo, muito satisfatório, e em qualquer época. Conforme destacamos no artigo anterior, neste ano, a taxa de reeleição foi de 80,5% segundo levantamento da empresa de inteligência de dados Nexus com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  É o maior percentual de prefeitos e prefeitas reeleitos desde 2008, quando os dados começaram a ser compilados, segundo dados do Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp-FGV). De fato, as aprovações fazem a diferença, podendo inclusive levar a derrota, em caso de baixa aprovação de prefeitos que apoiam candidatos. Em minha jornada profissional tenho acompanhado nas eleições casos assim de perto. Um deles, que por ética, não posso citar, o candidato apoiado pelo prefeito já reeleito começou bem de baixo, contra um candidato inicialmente com boa intenção de voto e a eleição acabou no patamar de 52,70% a 47,30%. Uma eleição apertada até, no entanto, o candidato que acabou perdendo chegava a ter mais de 60% nas pesquisas e outro não passava de 20% no começo do pleito eleitoral. Também assistimos, além dos números aqui colocados, diversos prefeitos da região, que foram reeleitos, pois tem boa aprovação de governo. Alguns com maiores índices, outros com menos, pois também há a conjuntura local, número de candidatos e outros fatores que devem ser analisados. Da mesma forma se vê bons candidatos à sucessão que não alcançam o êxito, por estarem vinculados a candidatos que não gozam de boa aprovação governamental, o que incute nos eleitores o desejo por mudanças.  No entanto, prevalece essa máxima da satisfação do eleitor. Eleitor satisfeito reelege ou acata o pedido de voto em determinado candidato. Já o insatisfeito procura mudança. Daí a importância de se fazer boa gestão. Alias deveria ser obrigação, mas sabemos que nem sempre acontece.

Por Francisco Duarte, Consultor Político