O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma emergência médica onde cada segundo conta. O tempo perdido pode significar a diferença entre preservar habilidades como a fala, a mobilidade e até mesmo a vida. Com uma estimativa alarmante de que uma em cada quatro pessoas será afetada por um AVC ao longo da vida, é fundamental que a sociedade se conscientize sobre os sinais e a importância de uma resposta rápida. Anualmente, cerca de 9 milhões de pessoas sobrevivem ao AVC, e a educação sobre seus sintomas pode ser a chave para salvar vidas e garantir melhores prognósticos. No dia 29 de outubro, Dia Mundial do AVC, o alerta para prevenção tem sido motivo de campanha em todo o mundo.
De acordo com o médico da Santa Casa de Piracicaba, que integra a Unidade AVC do Hospital, Davi Klava, o Acidente Vascular Cerebral ocorre quando os vasos sanguíneos que irrigam o cérebro se obstruem ou se rompem, resultando na morte de áreas cerebrais devido à falta de sangue. Somente no primeiro semestre de 2024, foram registradas no País 39.345 mortes, em média seis por hora, segundo dados do Portal de Transparência do Registro Civil da Arpen Brasil.
"Reconhecer os sinais do AVC é essencial para a busca imediata por atendimento em um centro especializado. Nas primeiras horas, o que equivale às 4,5 horas do início dos sintomas do AVC, temos à disposição um tratamento que desobstrui a artéria cerebral ocluída, podendo reverter totalmente as possíveis sequelas. Quanto mais cedo o tratamento for administrado, maior a chance de minimizar danos cerebrais e melhorar os resultados clínicos. O acionamento do Samu pelo número 192 é uma ação primordial. Além disso, o acesso à reabilitação precoce é fundamental; quanto mais rápido o paciente receber suporte, maiores as chances de recuperação", explica o médico.
Klava alerta que os sintomas do AVC podem ser fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo, dificuldade para falar, confusão mental, dificuldade para engolir, andar e enxergar, tontura, boca torta, dor de cabeça intensa e perda da coordenação motora, ocorridos de forma súbita. "Vale reforçar que os principais fatores de risco para o AVC incluem tabagismo, colesterol alto e triglicérides, sedentarismo, diabetes, hipertensão e arritmias cardíacas. A conscientização sobre esses fatores é fundamental para a prevenção e o tratamento adequado do AVC", ressalta o médico.
A Santa Casa de Piracicaba é um centro de referência e porta aberta para os casos de AVC. Em julho de 2023, a Unidade de AVC do Hospital recebeu uma conquista significativa ao ser certificada com o Gold Status do Programa Angels. Desde 2016, quando foi credenciada pelo Ministério da Saúde para atuar como Centro de Referência em Atendimento de Urgência Tipo I a Pacientes com AVC, o hospital atendeu mais de 8.200 casos suspeitos da doença.
De acordo com o enfermeiro coordenador do Pronto Atendimento da Santa Casa, local que recebe os pacientes com sintomas do AVC, Ricardo Barramansa, de 1º de janeiro a 24 de outubro desse ano, foram 71 casos de AVC atendidos no Hospital. O mês que registrou maior incidência foi agosto: 17 casos
Legenda da foto: Enfermeiro Ricardo Barramansa e o médico Davi Klava, da Unidade AVC