Sempre tive curiosidade sobre o real poder daquilo que dizem os mais vividos e mais experientes, por isso, fiz uma pesquisa informal com um grupo de seis amigos sexagenários, sobre a forma que eles encararam a vida, tanto pessoal como profissional, e como veem o resultado de tudo que já viveram.
A primeira coisa que percebi é que não se tratava de pessoas cansadas e, muito menos, ultrapassadas. Eles são ou foram empresários, comerciantes, prestadores de serviços ou empregados. Hoje, todos têm ocupação, mas apenas dois ainda estão em plena atividade profissional.
Todos bem resolvidos, de bem com a vida e com Deus, e se dizem vencedores, já que têm saúde, família, amigos e uma vida financeira, no mínimo, sob controle. Quando falam sobre o que foi determinante para o sucesso de cada um, não deixam dúvida de que a dedicação, a coragem, o respeito e a honestidade fizeram parte da vida e da carreira deles.
Alguns apontaram o bom humor, a alegria, a gentileza, o respeito à família e a gratidão como ferramentas que facilitaram as suas empreitadas. Entretanto, todos concordaram com a seguinte resposta de um deles: “na vida, não tem como acertar sempre, mas, agradeço a Deus por eu ter tido juízo e por ter uma esposa que sempre me ajudou em tudo”.
Uma questão enfatizada é que o sucesso depende bastante do perfil do cônjuge a quem se une. Como exemplo, eles citaram casos de parentes e amigos, homens e mulheres, que tinham tudo para prosperar, mas tiveram a infelicidade de se unir a esposas e maridos que os puxaram para baixo ou para trás.
Então, fica o primeiro alerta da voz da experiência: “a trajetória da vida, por mais mansa que seja, tem algumas ondas e turbulências, e é nessas horas que mais precisamos da força do cônjuge. Portanto, cuidado, pois há cônjuge que, no primeiro balanço, abandona o barco ou passa a remar contra”.
Pelo menos a metade deles não tem curso superior, já entre os 15 filhos do grupo, todos já adultos, a maioria tem grau universitário; entretanto eles, os pais, fazem questão de dar o segundo alerta, ressaltando que “o que garante a independência financeira não é a faculdade e nem o quanto ganha, mais sim a forma de usar o dinheiro”. Aliás, exatamente, como sempre afirmo nesta coluna.
Como foram ou ainda são chefes, patrões ou empregados; perguntei se acham que está mais difícil de sobreviver no mercado de trabalho atual. Sintetizando, disseram que, hoje, o mercado é mesmo mais exigente; mas a formação também é mais acessível e o número de escolas e de faculdades é bem maior. Segundo eles, pode até ter mais candidatos do que vagas de trabalho, mas, para quem realmente quer trabalhar, não falta serviço e sempre foi assim.
Quando perguntei se já tinham considerado o trabalho como um castigo, alguém respondeu que “castigo é não ter trabalho e nem amigo”. Por fim, entre os conselhos que dariam a quem está no mercado de trabalho ou está entrando nele, ficam mais três alertas: “Para construir uma boa carreira, não pode ser submisso e nem prepotente”; “desde jovem, cuide da saúde e faça alguma atividade física”; e “quem não tem medo algum se dá muito bem ou muito mal”.
Leitor, a gente sempre acha que tem uma boa visão da vida e do mercado de trabalho, mas, admito que esses amigos, além de provarem que grande parte daquilo que os tornou vitoriosos ainda está em pleno vigor no cenário atual, fortaleceram ainda mais o entendimento de que para conseguir o sucesso sustentável é preciso muito mais que polpudos salários, lucros e faturamentos.
Boa semana!
Antônio de Carvalho - Consultor e palestrante sobre motivação, atendimento ao cliente e qualidade de vida no ambiente de trabalho.
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