É fácil entender que é preciso dar o melhor da gente em cada coisa que for fazer, mas o duro é aplicar isso no cotidiano. Mais difícil ainda é convencer os outros dessa necessidade, entretanto, não faltam exemplos comprovando que o principal beneficiado com a qualidade de qualquer trabalho é quem o faz.
Segundo uma antiga parábola, após muitos anos de trabalho na mesma construtora, um carpinteiro, famoso pelas casas de madeira que construía, comunicou ao seu patrão que tinha dado entrada no pedido de aposentadoria, pois precisava dedicar mais tempo para a família e para ele próprio.
O empresário, lamentando a perda do excelente colaborador, respondeu: “Parabéns, você merece descansar e eu sabia que esse dia chegaria; entretanto, antes de aposentar, preciso que faça uma casa para uma pessoa muito especial e, certamente, ninguém a faria com a qualidade de suas obras!”
O patrão ainda acrescentou que o carpinteiro deveria escolher o modelo e os materiais que quisesse para melhor adequar a construção ao belo terreno. Meio contrariado, pois, não pretendia fazer mais nenhuma obra, o carpinteiro não teve outra opção a não ser aceitar aquele último desafio profissional.
A sensação de injustiça o fez deixar de lado a criatividade e o esmero que marcavam suas obras. A pressa para terminar o levou a trocar a qualidade pela velocidade; e isso provocou pequenos incidentes incomuns para ele, além de o levar a escolher materiais que apenas facilitassem a conclusão da obra.
Ao terminar a construção, como sempre fazia, foi entregar as chaves ao patrão que, bastante surpreso com a rapidez, disse-lhe: “Obrigado por ter sido um profissional exemplar que, ao longo dos anos, com a qualidade de cada casa que construiu, ajudou a construir a boa imagem da nossa empresa. Portanto, fique com as chaves, pois esta casa é um presente da empresa para você e sua família!”
O carpinteiro, ao se lembrar de que o patrão tinha dito que a casa era para uma pessoa especial, pensou: “Nem imaginei que eu era a tal pessoa especial. Se arrependimento matasse!” Então, o que o levou a abrir mão do “fazer bem feito”, exatamente na última missão?
Talvez, tenha achado que estava sendo explorado pelo patrão que, no seu entendimento, poderia ter pedido para outro profissional fazer o serviço. E você, nunca se sente explorado por algum chefe ou patrão? E, nesses momentos, faz o melhor que pode, dá o melhor de si?
A principal lição desta parábola é que o profissional tem de estar atento para não ceder à tendência natural de, com o tempo, relaxar e diminuir a atenção e a qualidade do serviço. A outra mensagem é que a pressa e a contrariedade aumentam a possibilidade de errar e de acidentar-se.
Perceba que o patrão ressaltou o fato de a qualidade de cada serviço do carpinteiro ter contribuído para a melhoria da imagem da empresa. Será que a qualidade de seus serviços está melhorando a imagem de sua empresa?
Sabia que tudo o que faz está aproximando ou afastando você de seus objetivos? E o que determina a direção é a qualidade de cada ação, portanto, não descuide, procure sempre fazer o melhor que pode.
Meu pai dizia: “Para conhecer o açougueiro; cinco minutos antes de terminar o seu turno de serviço, peça-lhe dois quilos de carne cortadinha para ‘strogonoff’. Se a atenção dele estiver mais no relógio do que na carne, não é bom!” Este foi o erro do carpinteiro que, por achar que já tinha terminado a sua jornada, não deu tudo de si, e acabou ficando com uma casa malfeita.
Leitor, ainda que lhe pareça algo sem tanta importância, não vale a pena fazer por fazer, dê o máximo de si. Lembre-se de que “no futuro, você vai receber de presente o resultado de tudo o que faz no presente!”
Boa semana!
Antônio de Carvalho - Consultor e palestrante sobre motivação, atendimento ao cliente e qualidade de vida no ambiente de trabalho.
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