Uma comitiva de Piracicaba, liderada pela deputada estadual Professora Bebel (PT) e pelos professores Valdemar Sguissardi e Dorgival Henrique, esteve no Ministério da Educação, na última terça-feira, 28 de maio, quando propôs, através de documento protocolado, que o governo federal decrete de utilidade pública o Campus Taquaral da Unimep, que foi desativado pela Igreja Metodista no ano passado e instale no local uma universidade federal. Os relatos desta audiência, agendada pelo deputado federal Vicente de Paulo, o Vicentinho (PT), foram apresentados em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, 03 de junho, pela deputada Bebel, que esteve acompanhada do professor Valdemar Sguissardi e do presidente do PT, Mário Paixão, quando se mostraram bastante animados com a possibilidade da instalação de uma universidade federal na cidade, uma vez que o MEC se comprometeu a estudar a viabilidade desta proposta, que inclusive já tem precedente no Decreto Federal 9.448, de 23 de julho de 2018, quando a ministra Carmem Lúcia assumiu a presidência da República temporariamente.
Na audiência no Ministério da Educação, a comitiva piracicabana, que foi recebida pela secretária executiva, Izolda Cela, representando o ministro da Educação, Camilo Santana, ausente por motivos de saúde, destacou que atualmente a Rede Metodista deve ao governo federal cerca de R$ 500 milhões, e que após o Campus Taquaral ser decretado de utilidade pública, o governo teria cinco anos para fazer o acerto das contas, uma vez que está orçado em cerca de R$ 150 milhões. “Isso evitaria que o Campus Taquaral viesse a ser vendido”, destacaram Bebel e o professor Waldemar.
De acordo com a deputada Professora Bebel, a sugestão de que o governo federal decrete de utilidade pública o Campus Taquaral e, assim, tenha pelo menos cinco anos para instalar a universidade federal na cidade, é um dos caminhos para que isso se concretize, mas diz que o governo do presidente Lula, com quem deverá ter audiência em breve para discutir exclusivamente este assunto, poderá encontrar outra alternativa, inclusive recursos do PAC para a área da educação. Na audiência foi ressaltada a excelente estrutura do Campus e a preocupação com sua deterioração do Campus Taquaral, uma vez que se encontra parado, bem como elencaram os benefícios que o projeto trará para a cidade e para a região, assim como a possibilidade de o espaço ser adquirido por grupos que não tenham como finalidade a área educacional pública. “São cerca de 50 mil alunos que concluem o ensino médio na Região Metropolitana de Piracicaba que hoje não contam com uma universidade federal para cursar o ensino superior”, destaca Bebel.
Diante do pedido oficializado, a secretária executiva do Ministério da Educação, Izolda Cela, se comprometeu a levar a demanda adiante e solicitar um estudo de viabilidade para o projeto com os técnicos da pasta. Para o professor Waldemar Sguissardi, o pedido de instalação de uma universidade federal na cidade faz sentido, uma vez que o governo federal tem apenas três universidades no Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, enquanto que Minas Gerais tem 11 e o Rio Grande do Sul cinco. “Portanto, nada mais justo do que ser instalada mais uma universidade federal no Estado de São Paulo, que pode ser uma extensão da UFSCAR, UNIFESP ou da Universidade Federal do ABC”, completou.
Da audiência no MEC também participaram Leo de Brito, chefe da assessoria parlamentar do MEC; Alexandre Brasil, secretário de Ensino Superior do MEC, além do líder comunitário Vicente Souza Duarte, o Zoinho, e o analista tributário Marcos Petri, que estão engajados no movimento de coleta de assinaturas pela instalação de uma universidade federal em Piracicaba, e o deputado Vicentinho.