No domingo passado, dia 25, durante um ato por ele convocado na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu mobilizar milhares de brasileiros, em um movimento que inegavelmente mostra que ele tem grande capacidade de mobilização popular. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o cálculo da Polícia Militar é de que 600.000 pessoas se concentraram na avenida, sendo que o número sobe para cerca de 750.000, considerando as ruas adjacentes à Avenida Paulista, ou, seja, um número expressivo.
Em sua fala, o ex-presidente diferente de outras situações não atacou o Judiciário, como fez em atos anteriores, onde seu principal alvo era o STF (Supremo Tribunal Federal). Ele defendeu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
"O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (...) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para seja feita justiça em nosso Brasil", disse o ex-presidente.
Com o ato, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), busca mostrar que tem o controle absoluto do processo de sucessão como liderança no campo da direita – e que caberá a ele definir quais serão os eventuais herdeiros de seu espólio político. O objetivo foi consolidar-se como opositor do presidente Lula (PT).
A cientista política Karim Miskulin, presidente do Grupo Voto, por exemplo, avalia que Jair Bolsonaro sai fortalecido da manifestação por ter adotado desta vez um discurso mais equilibrado, sem ataques às instituições, e pregado uma “conciliação” nacional. Além disso, ele já tem feito participação em diversos eventos de seu partido, o PL (Partido Liberal), visando deixar o partido mais forte nestas eleições. Resta saber os efeitos da polarização e também da força de Bolsonaro no pleito deste ano. Seguiremos acompanhando!
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