À espera da decisão de Lula (PT) sobre quem vai cuidar da sua segurança, o clima na Polícia Federal (PF) é de enorme apreensão. Até sexta-feira, 30, Lula precisa definir se a sua segurança e a do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), continuará a cargo da Polícia Federal (PF), ou do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado por militares.
Por meio de um decreto publicado em janeiro, Lula criou a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, comandada por um delegado da PF. Segundo a publicação, cabe à pasta desempenhar as atribuições que, historicamente no Brasil, eram do GSI, como deslocamento e participação em eventos públicos.
Uma fonte da PF, a par das negociações, disse à coluna que há um clima de enorme descontentamento com a possibilidade dos militares retomarem o comando da segurança. "É inaceitável subordinar a Polícia Federal aos militares", disse, sob condição de manter seu nome preservado.
Aos ministros do governo, os policiais justificam que em outras nações a segurança é de competência da polícia e não das Forças Armadas. E que desde as eleições Lula está sob os cuidados da PF, que o acompanhava como candidato, e de lá pra cá nenhum incidente aconteceu para justificar a volta dos militares.
No Planalto, ministros buscam uma solução que contemple ambos os setores, na qual haveria uma gestão compartilhada. Neste modelo, caberia ao GSI questões como deslocamento pela Força Aérea Brasileira. O grande nó está justamente sobre a quem caberá o comando.
Um dos ministros que trabalha para que Lula mantenha a segurança com a PF, Flávio Dino, da Justiça, deve se encontrar com o presidente esta semana para tratar do tema. A coluna apurou que não houve conversas entre o ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro do GSI, general Amaro, com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
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