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Bebel denuncia autoritarismo do governo Doria contra carreata em protesto à volta das aulas

Bebel denuncia autoritarismo do governo Doria contra carreata em protesto à volta das aulas

Por: Redação
30/07/2020 às 18h37 Atualizada em 30/07/2020 às 21h37

A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino

Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora

Bebel (PT) considerou autoritária e truculenta a medida adotada

pelo governador João Doria para impedir a carreata de professores

em direção ao Palácio dos Bandeirantes, nesta tarde de quarta-

feira, 29 de julho, em São Paulo, contra a volta às aulas

presenciais. O governo estadual colocou a PM para impedir a

aproximação dos professores, de diversas regiões do Estado, que

realizaram carreata saindo do Estádio do Morumbi em direção ao

Palácio dos Bandeirantes, contra a volta às aulas presenciais e por

salário e auxílio emergencial para professores das categorias O, S

e V.

Para a deputada Bebel, "Doria é tão autoritário e genocida quanto

Bolsonaro. Quer colocar a vida de milhões de estudantes, de

centenas de milhares de profissionais da educação e das famílias

em risco. Não aceitamos. Em defesa da vida, não voltaremos às

aulas presenciais e iremos à greve, se necessário", enfatizou ela,

que foi impedida por um grupo de policiais de se aproximar do

Palácio dos Bandeirantes, por determinação do governador.

O movimento, organizado em parceria coma a  CUT (Central

Única dos Trabalhadores), também contou com a participação dos

servidores da saúde, mobilizados pelo Sindisaúde. “É um

segmento fundamental nesse momento de pandemia, que arrisca a

vida diariamente e é tratado com descaso e desrespeito pelo

Governo Doria”, diz a parlamentar e líder dos professores.

Para ela,  muitas escolas em São Paulo não têm infraestrutura

adequada e mantém salas improvisadas. "O governo deveria

aproveitar essa oportunidade para reformar as escolas, para que os

alunos voltem em segurança, após a pandemia", disse,

defendendo que é necessário investir em tecnologias para que

todos os estudantes tenham acesso às tecnologias.

Quando aos protocolos de saúde, como o uso de máscara e álcool

em gel, a professora Bebel ressalta que eles não são suficientes

para evitar a contaminação das crianças na escola. "Já é difícil

fazer com que a criança use máscara em casa, imagine em uma

sala com 15 alunos. Acho que estamos vivendo uma falsa

normalidade", enfatiza.

Caso ocorra de fato a volta às aulas presenciais em setembro, a

presidente da Apeoesp acredita que poucos pais levarão seus

filhos para a escola, o que causará uma desigualdade entre alunos,

já que uma parte dos estudantes receberá os conteúdos e outra

não. Além disso, o sindicato dos professores estuda convocar uma

greve da categoria, caso haja o retorno presencial. "Não teremos

nem aulas remotas", avisa.

Outra reclamação da Apeoesp é de que desde que começou a

pandemia, os professores temporários ficaram sem salários. "Nós

queremos que o governo crie uma renda emergencial para esses

professores", diz Bebel.

O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, também concorda que a

volta às aulas traria riscos para a saúde dos professores e dos

alunos. "Não podemos concordar com a volta às aulas sem que

haja a comprovação de segurança sanitária e, hoje, não temos essa

garantia”, diz o presidente. A CUT vem apoiando o movimento

da APEOESP contra a volta dos alunos à escola. "Estamos

convocando todos os sindicatos e filiados para apoiarmos essa

mobilização contra o retomo presencial das aulas neste momento

por entender que a volta às aulas é algo que afeta toda a classe

trabalhadora e a sociedade”.

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