dezembro 5, 2023

Exemplar de casa bandeirista, Museu Barão de Mauá passa por importante processo de levantamento e diagnóstico

Exemplar de casa bandeirista, Museu Barão de Mauá passa por importante processo de levantamento e diagnóstico – Foto: Divulgação

Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura eEconomia Criativa, apresenta projeto, que é conduzido pela EngenhoCultural Assessoria e Consultoria em parceria com Largo Arquitetura

Situado numa casa de tipologia bandeirista, provavelmente do século XVIII, e um precioso exemplar remanescente do período, o Museu Barão de Mauá, localizado no município de Mauá (SP) está passando por um cuidadoso levantamento cadastral, etapa inicial de projeto de restauro que, futuramente, pode possibilitar o desenvolvimento de uma intervenção de restauro. O processo, iniciado no final de outubro, é gerido pela Engenho Cultural, conta com a parceria da Largo Arquitetura e reunirá, ainda, a realização de oficinas e a produção de um site para democratizar as informações acerca do processo como um todo e do espaço. A previsão de conclusão é em setembro de 2023.O projeto foi contemplado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural), realizado pelo Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa. É a primeira vez que é aberta esta linha de fomento: Patrimônio Histórico e Cultural / Realização de Projeto Executivo de Restauro e Revitalização de Bem Protegido.“É de extrema importância o levantamento junto com o diagnóstico, para elaborar o projeto de restauro do Museu Barão de Mauá, que tem grande importância, não apenas para os munícipes, mas também para todo o ABC e o Brasil. É através da nossa memória que a gente conhece nossa identidade cultural”, afirma o secretário adjunto de cultura do município, Tadeu de Souza.“Esperamos que, uma vez que esse diagnóstico esteja pronto, possamos, no futuro, partir para um outro projeto, por meio do qual entregaremos o Museu restaurado para Mauá”, completa o secretário adjunto.Etapa inicialO projeto em sua etapa inicial, reúne desenhos referentes à construção do edifício realizados a partir da técnica _as-built_ que, diferente das plantas habituais voltadas à construção, formadas por linhas retas e ortogonais, ressaltam as características construídas do edifício e elementos como paredes irregulares e espessura das alvenarias e partes ausentes.Estão sendo realizados registros fotográficos de forma a evidenciar a relação do edifício com seu entorno e uma pesquisa histórico construtiva, com levantamento da documentação que aponta as fases construtivas do museu; além do diagnóstico em que são identificadas as patologias, devidamente representadas em desenho técnico, a fim de permitir leitura das condições que afetam o edifício.“Estamos realizando todos os procedimentos necessários e levantando as informações para definição da intervenção proposta nos aspectos técnicos, conceituais e quantitativos, focando na execução. As propostas do projeto serão pautadas na identificação e conhecimento do bem e nas análises processadas no diagnóstico”, explica Thiago Torina, da Largo Arquitetura.Oficinas, visitas guiadas e comunicaçãoO projeto contará com uma série de contrapartidas. Serão realizadas oficinas, aulas de campo e visitas guiadas. Haverá, ainda, ações de comunicação com o objetivo de evidenciar o trabalho e levar conhecimento à sociedade.História e importância para o municípioAs casas de tipologia bandeirista são habitações do início da ocupação do estado de São Paulo no período colonial, exemplos seminais da arquitetura paulista, que predominaram até a construção das ferrovias, no século XIX. Construídas com a técnica de taipa de pilão, têm uma planta simples, em forma quadrada ou retangular, com porta central, varanda, ladeada por dois cômodos e um salão principal.O Museu Barão de Mauá é considerado de grande importância para o município onde está inserido. “A população da cidade se identifica com a casa desde o século XIX, quando muitos acreditavam que o Barão de Mauá tivesse morado no local, um mito que teria contribuído para que a casa sobrevivesse à especulação imobiliária do início do século XX”, afirma Renata Gava, da Engenho Cultural Assessoria e Consultoria.Na década de 1920, segundo especialistas, a casa tornou-se sede social de dois clubes, o Industrial e o Pilar, onde eram realizados muitos bailes no salão central e festas de réveillon. Na década de 1930, Adolpho Ferreira, sua esposa Anna e família, adquiriram a casa. A partir da década de 1950, quando D. Anna ficou viúva, o imóvel passou a ser alugado para diferentes famílias, que efetuaram intervenções tanto no interior da casa como na área externa, descaracterizando o imóvel.Na década de 1970, a casa foi identificada pelo arquiteto Carlos Lemos (FAU/USP), que recomendou o seu tombamento. Em 1975, a Prefeitura desapropriou o imóvel, e iniciou pesquisas para a reforma da casa. Em 6 de novembro de 1982 foi inaugurada a Casa de Cultura e Museu Barão de Mauá, depois tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), como uma preciosidade remanescente do período bandeirista. Desde então, o Museu é mantido pela Prefeitura Municipal de Mauá, subordinado à Secretaria de Cultura e Juventude.

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